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22/05/2019 - Saque e Pague aposta em modelo de agência bancária compartilhada

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Por: Flávia Furlan 

Inspirada no mercado bancário mexicano, a rede gaúcha de caixas eletrônicos Saque e Pague vai lançar uma agência física que poderá ser usada por seus 22 parceiros, entre eles bancos médios, fintechs e carteiras digitais. "O conceito é de uma agência que não serve a apenas uma instituição financeira. Será como no México, onde os bancos compartilham essas estruturas", afirma o presidente da Saque e Pague, Givanildo Luz.

A Saque e Pague foi fundada há oito anos por Ernesto Corrêa da Silva Filho, empresário gaúcho que criou a credenciadora de cartões Getnet e a vendeu em 2014 para o Santander. No ano passado, o banco espanhol comprou a fatia remanescente da credenciadora, correspondente a 11,5% do total, por R$ 1,431 bilhão.

Na Saque e Pague, o Grupo Corrêa da Silva tem uma fatia de 60%, enquanto o restante é da empresa de tecnologia Stefanini. Capitalizado com a venda da fatia remanescente da Getnet para o Santander, o empresário deve alavancar o crescimento da empresa de autoatendimento.

Até agora, a Saque e Pague mantinha apenas o modelo de compartilhamento de caixas eletrônicos. É o mesmo da Tecban, dona da rede Banco24Horas, criada pelos grandes bancos do país, mas com um diferencial: o cliente pode sacar dinheiro ou fazer depósitos e, a partir do momento em que o recurso entra no caixa, ele é de responsabilidade da Saque e Pague. Por isso, varejistas pagam para ter os terminais, vistos como um "cofre" dentro do estabelecimento comercial.

Com base nesse modelo, a rede gaúcha conseguiu alcançar R$ 2 bilhões de movimentação por mês, em 1.300 terminais instalados em 230 municípios do país, sendo que em 80 deles é a única opção de terminal de autoatendimento. Em 2018, a empresa faturou R$ 91 milhões, um valor 35% superior ao identificado no ano anterior.

A operação no México foi iniciada em 2018, com investimento inicial de U$$ 4 milhões e uma meta de terminar 2019 com 100 terminais. A empresa vai operar no conceito "switch nacional", que permite conectar bancos automaticamente à rede de autoatendimento. Atualmente, são 40 instituições bancárias mexicanas cadastradas.

Nas agências compartilhadas, a marca será a da Saque e Pague e os parceiros pagarão uma taxa por transação realizada pelo seu cliente. A primeira agência, totalmente automatizada, será na avenida Faria Lima, em São Paulo, com previsão de lançamento no segundo semestre. O investimento será de R$ 1 milhão. No ambiente, haverá caixas com capacidade para emitir cartões e cheques, realizar videoconferências com atendentes, receber depósitos, além de saque, pagamento e consulta a saldos.

Essa foi a forma encontrada pela Saque e Pague de participar do sistema de inovação, unindo-se a carteiras e bancos digitais, para que os usuários desses sistemas possam sacar ou depositar valores. Poderão usar a agência clientes de bancos como Banrisul, Banco do Nordeste do Brasil e BMG, e também dos digitais Banco Inter e Agibank.

Segundo o diretor de inovação e expansão da Saque e Pague, Nori Lermen, essas agências permitirão ainda que grandes instituições financeiras estejam presentes no interior, sem a necessidade de instalação de agência própria. Por outro lado, pequenas instituições ou "fintechs" poderão estar presentes fisicamente em grandes centros para se relacionar com os clientes.

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