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31/01/2019 - Presidente da Caixa diz que estuda entrar na ´guerra das maquininhas´

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Por: Flávia Furlan
 

A Caixa Econômica Federal estuda entrar no mercado de adquirência, responsável por credenciar os lojistas para capturar as transações de pagamentos com cartões. O banco é o único entre os maiores do país que não tem uma operação neste mercado.

“Somos o único banco que não tem uma adquirente. Isso vai mudar em dois meses”, afirmou o presidente do banco, Pedro Guimarães, em evento do Credit Suisse em São Paulo. “Recebemos zero por esse serviço, e pela antecipação de recebíveis.”

O Santander é acionista da Getnet, enquanto Bradesco e Banco do Brasil têm participação da Cielo e o Itaú é dono da Redecard. A Caixa só atua indiretamente, com parceria para venda de maquininhas da Cielo.

A Caixa tem 96 milhões de cartões de débito e 5 milhões de cartões de crédito. Além disso, pretende lançar um cartão de crédito consignado, com taxas mais baixas. A meta é chegar a 30 milhões de unidades nessa categoria.
 

Securitização

Guimarães disse também que o banco não explora a securitização como funding de maneira adequada e que a meta de chegar a R$ 100 bilhões com essas operações em quatro anos ainda “é pouco”.

“Por que preciso de R$ 500 bilhões de crédito imobiliário? Se eu conseguir criar essa securitização no mercado interno e se, com mudança na legislação, também para o mercado internacional, eu posso vender R$ 50 bilhões por ano de securitização e originar R$ 100 bilhões para o crédito imobiliário”, exemplificou o executivo.

Ele disse que “sim” ao ser questionado se o banco pode ser garantidor de securitização em crédito para o mercado, assim como ocorre no México. “Se o mercado imobiliário crescer, a Caixa ganha por osmose”.

Além do imobiliário, outro alvo da securitização vai ser a carteira de crédito de grandes empresas. “Queremos acelerar a redução dessa carteira, porque tem crédito de mais quatro, cinco, seis anos.”

De acordo com o executivo, a Caixa “tende a zero” no mercado de crédito para grandes empresas, uma carteira na qual há operações com parcelas e juros, em alguns casos, que não são pagos desde 2009.

O foco do banco vai ser o crédito para pequena e média empresa, além do imobiliário.

De acordo com o executivo, a Caixa não fez nenhuma emissão de letra imobiliária garantida (LIG), algo que os concorrentes já fizeram, o que, segundo Guimarães, “não é razoável”.

Guimarães afirmou que a Caixa é o principal vetor do crédito imobiliário no país, e gestora do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas deve rediscutir esse mercado. Ainda assim, ele afirmou que não existe nenhuma hipótese de aumento de taxa para o crédito imobiliário.

Sobre as operações do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), ele disse que essas operações precisam ser feitas matematicamente. “Construtora que é máquina de inadimplência não terá mais recursos do programa”, afirmou.

 

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