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16/10/2018 - Setor de cartões movimenta R$ 720 bilhões no primeiro semestre de 2018

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DCI 

Por: Mônica Baptistella 

 

Os brasileiros movimentaram R$ 720 bilhões em compras com cartões no primeiro semestre de 2018, crescimento de 13,6% ante o mesmo período de 2017, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Essa é a maior alta, em termos percentuais, já registrada pela associação nos últimos quatro anos.

Na primeira metade deste ano, os cartões de crédito movimentaram R$ 450 bilhões, alta de 14%, e os de débito, R$ 265,4 bilhões, um avanço de 12,3%.

Já os cartões pré-pagos registram R$ 4,6 bilhões, elevação de 62,3%. Segundo o presidente da Abecs, Fernando Chacon, esse crescimento reflete a expansão das contas de pagamentos.

No mesmo período, a quantidade total de transações com cartões cresceu 15%, chegando a 8,8 bilhões. Os de crédito foram usados 4,4 bilhões de vezes pelos brasileiros, enquanto os de débito, 4,3 bilhões, e os pré-pagos, 69,6 milhões.

“O crescimento do mercado de meios de pagamentos eletrônicos, bem acima do desempenho da economia, mostra o vigor deste segmento e o potencial que existe para a migração de uso de pagamentos”, avalia o presidente da Abecs em coletiva realizada ontem (25).

Com o resultado, a participação dos cartões no total movimentado pelo consumo das famílias brasileiras chegou a 34% – 2,3 pontos percentuais acima do registrado no primeiro semestre de 2017 (31,7%). Segundo Fernando Chacon, a meta do setor é quase dobrar esse percentual, chegando a 60% em quatro anos.

O aumento é reflexo da substituição de meios de pagamento que vem ocorrendo no Brasil, já que o consumidor tem usado cada vez mais os cartões em detrimento de dinheiro e cheque.

A Abecs projeta um crescimento do setor entre 14,5% a 16,5% neste ano.
 

Novas modalidades taxas de juros

Na divulgação desses resultados ontem, em São Paulo, foram ainda debatidas as principais tendências e atuações no setor de meios de pagamentos, como a aceitação maior do pagamento via débito, que poderá ser utilizado para compras no e-commerce a partir do ano que vem – visando o crescimento da modalidade –, e a transferência pessoa a pessoa (P2P) – que foca em facilitar as operações financeiras entre pessoas físicas e jurídicas.

Fernando Chacon informou que a Abecs está desenvolvendo uma solução para a função P2P juntamente com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que deve ser lançada no próximo ano.

Ele afirma que a comodidade gerada por esse tipo de transação poderá levar a uma maior concorrência no setor. “Não há receio do mercado, ele se regula pela concorrência, mas o setor terá que passar por adaptações”, comenta.

Além disso, o presidente da Abecs afirmou que a fase piloto do novo crediário terá início em início em novembro, com a expectativa de que entre em vigor já no primeiro trimestre de 2019. No começo, participam as principais bandeiras (Amex, Elo, Master e Visa), os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, além das maquininhas Cielo, Getnet e Rede.

Os juros e os prazos vão mudar de acordo com os cartões e os bancos emissores. “Cada cartão vai ter seu prazo de financiamento para seu cliente. Vai variar tanto a taxa de juros como o prazo por cliente, pelo perfil de risco de cada um. O prazo de parcelamento vai ser a critério do emissor”, diz.

De acordo com Chacon, o novo crediário chegará ao mercado a juros “extremamente competitivos”. Ele afirma que o foco do novo produto, apresentado ao Banco Central como uma alternativa para reduzir o prazo de pagamento ao lojista, não visa a substituir nenhuma outra solução como, por exemplo, o parcelado sem juros, mas contribuir para um novo salto do mercado de pagamentos no País.
 

Taxa de juros

Para o presidente da Associação, as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito não devem cair do patamar atual sem que o crediário do cartão de crédito proposto pelos bancos entre em vigor.

Hoje, a taxa média do rotativo está ao redor de 10% ao mês e em 271,4% ao ano, uma das linhas mais caras do sistema financeiro brasileiro, ao lado do cheque especial.

Segundo o levantamento, a taxa do rotativo regular passou de 15,5% em março de 2017 para 10,6% em julho deste ano. “As taxas ainda estão altas, não nos orgulhamos disso, mas o rotativo cobre todas as pressões do crédito, essa assimetria precisa ser resolvida”, afirma Chacon. “É possível reduzir as taxas, mas, para isso, os emissores precisariam de mais receita de financiamentos”, comenta.

 

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