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25/10/2017 - Concorrência de fato em cartões na América Latina ainda vai começar, diz First Data

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ÉPOCA NEGÓCIOS 

Por: Aluiso Alves 


Apesar de movimentos de reguladores para abrir o setor de meios de pagamentos na América Latina, a concorrência de fato ainda está para acontecer, disse o principal executivo da norte-americana First Data, Gustavo Marin.

"O nível de concentração e de lucratividade no setor de cartões no Brasil e na América Latina ainda são enormes", disse Marin à Reuters.

No Brasil, onde um duopólio foi eliminado em 2010, as maiores do setor seguem se valendo de distorções existentes ao longo de décadas e do fato de serem ligadas a grandes bancos e bandeiras para criar barreiras de entrada, disse o executivo.

Citando casos como na Europa e na Argentina, onde reguladores criaram limites para cobrança de taxas aos lojistas sobre operações com cartões de crédito, Marin avaliou que muitas vezes só uma atuação regulatória mais firme pode estimular a concorrência aberta.

As afirmações coincidem com a entrada em vigor de novas regras do Banco Central, como o fim da exclusividade da captura de bandeiras e a abertura do mercado de adquirência.

Na prática, todas as adquirentes passarão a aceitar qualquer cartão, mas o processo depende de adaptações técnicas, como alinhamento tecnológico para que uma empresa possa operar no terminal de uma rival, o que normalmente leva meses, no mínimo.

Desde que o BC quebrou o duopólio da adquirência no setor, em 2010, várias concorrentes previam uma concorrência aberta. A própria First Data, que estreou no setor no Brasil há três anos, previa ter 7% do mercado brasileiro em cinco anos. Atualmente, tem 3% do mercado.

"A concorrência virá e, quando acontecer, vai ganhar quem está acostumado a operar com margens mais apertadas, como nós", disse ele. "Estamos acostumados com briga de rua."

Marin, que presidiu o Citibank no Brasil de 2005 a 2012, entrou na First Data para América Latina há dois anos. Baseado em São Paulo, comanda as operações da companhia para América Latina desde o México até o Argentina.

Comprada pela empresa de private equity KKR por 29 bilhões de dólares em 2007, a First Data abriu o capital há dois anos, com uma oferta inicial de 2,6 bilhões de dólares.

Desde então, tem se concentrado no crescimento orgânico da receita, como forma de reduzir seus níveis de alavancagem.

Na América Latina, a companhia vem tendo crescimento de cerca de 40% do Ebitda na base sequencial nos últimos seis trimestres até junho, ritmo que deve se prolongar por mais alguns anos, disse Marin.

Segundo ele, o movimento deve ser puxado por mercados como Colômbia e México, onde os meios eletrônicos respondem por cerca de 17% dos gastos privados, ante aproximadamente 30% no Brasil.

Por aqui, previu, a retomada da economia e a maior abertura devem ajudar a First Data. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o mercado brasileiro de cartões deve voltar a crescer no ritmo de dois dígitos em 2018, apoiado na retomada do consumo e do maior uso de meios eletrônicos de pagamento no pagamento.

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