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27/09/2016 - O banco bilionário de Jack Ma

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Cláudio Gradilone | Investidor Dinheiro

Jack Ma, o empreendedor chinês que criou o portal de comércio eletrônico Alibaba em 199, realizou a maior abertura de capital da história ao listar sua empresa em 2014, quando captou US$ 25 bilhões. Agora, Ma prepara outro lançamento de proporções continentais, o da Ant Financials. Quem?

Não estranhe se você nunca ouviu falar. Batizada “formiga” em homenagem aos milhões de empreendedores chineses que a utilizam para vender seus produtos e serviços, a Ant Financials é a holding que controla o AliPay, empresa de pagamentos do Alibaba. Por qualquer métrica, é um negócio da China. O Alipay iniciou suas operações em 2004, como uma ferramenta para facilitar as compras online dos clientes do Alibaba, e hoje é, de longe, o maior sistema de pagamentos individual do mundo. Ele processa as transações de 450 milhões de clientes, o dobro da população brasileira.

Ao promover, em meados deste ano, uma captação privada de US$ 4,5 bilhões junto a investidores soberanos e institucionais, a Ant Financial foi avaliada em US$ 60 bilhões. Agora, Ma anunciou sua intenção de abrir o capital da empresa no início do ano que vem na Bolsa de Hong Kong. De acordo com um estudo do Credit Lyonnais de Hong Kong, a capitalização da Ant pode chegar a US$ 75 bilhões, superando os US$ 72 bilhões de valor de mercado da Goldman Sachs, banco americano de amior capitalização, e os US$ 61 bilhões que o Itaú Unibanco valia em bolsa na quinta-feira 21.

É fácil entender de onde vem todo esse valor. “O Alipay vai muito além de pagamentos online”, avalia Elinor Leung, analista-chefe de telecomunicações do Credit Lyonnais de Hong Kong.

“Também é uma plataforma vasta e muito eficiente de distribuição de outros produtos financeiros da companhia”. O quase meio bilhão de usuários tem acesso também a microcrédito e a investimentos e, nos próximos meses, Ma deve colocar no ar vendas de seguros e cartões de crédito. Para isso, a empresa não para de investir. Na quarta-feira 21, a Ant anunciou a aquisição, por US$ 70 milhões, de uma start-up americana que identifica os clientes por meio do reconhecimento da íris.

A antecipação do lançamento da Ant já vem turbinando as cotações da Alibaba. Ao longo do terceiro trimestre, as ações da companhia avançaram 30% na Bolsa de Nova York. Em comparação, o índice Dow Jones subiu 1,8% nesse período.

Tornar-se sócio de Jack Ma e de uma empresa que pode dominar a intermediação de transações financeiras entre China e Ocidente é irresistível, mas os especialistas recomendam diversas doses de cautela. A abertura de capital em Hong Kong em vez de em Wall Street não deriva do patriotismo do empresário. “Hong Kong possui um dos sistemas financeiros menos regulados dentre os países desenvolvidos, o que oferece grande liberdade para os administradores”, diz a analista indiana Pralbeen Bapjai, fundadora da empresa de pesquisa financeira FinFix e especialista no mercado de Hong Kong.

Assim, dividendos e balanços rigidamente auditados dificilmente farão parte do pacote. “As ações da Ant são recomendadas para quem busca valorização do papel, e não dividendos regulares”, diz ela. Bapjai recomenda que o investidor estrangeiro invista nesses papéis por meio dos Exchange Traded Funds (ETF) dedicados à empresa, que muito provavelmente serão lançados após o IPO. Para o investidor brasileiro, esse ETFs devem ser contabilizados como qualquer investimento internacional: além do ganho de capital, eles serão tributados pela valorização do dólar.

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